Técnica de pintura corporal usando modelos substitui a utilização de cadáveres nos cursos da saúde na Faculdade de Desenvolvimento do RS
De costas para uma turma de estudantes de primeiro semestre, todos estreantes numa aula desse tipo, a modelo Roselaine Cabral serve de suporte para a obra do pintor Euler de Paula Silva. Nua cintura acima, Roselaine estica os braços, alonga para lá, encolhe para cá, e assim Cinara Garrido, professora de Morfologia Humana, vai apresentando as identidades de cada músculo dorsal, não sem antes confiar aos alunos a chance de arriscar uma resposta certa.Na Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (Fadergs), é com bodypainting que se aprende anatomia.
– Pensei que seria menos nítido. Já fiz anatomia com cadáveres em outras disciplinas, quando cursava Biologia, e vi uma diferença gritante – diz o estudante Régis Cunha, reparando que “o cadáver sofre ação de químicos e pode ter sido muito manuseado”.
– É inovador. Somos a única instituição de ensino do Estado que trabalha com essas ferramentas – afirma a professora Marcia Otero Sanches, assinalando que o método integra uma revisão de paradigmas no ensino em saúde, implementada após processo de treinamento com colegas da Universidade Anhembi Morumbi (SP).
Entre as vantagens apontadas está o movimento, a possibilidade de interação, a coloração mais “adequada” da musculatura e até aspectos ambientais.
– No início da década de 1990, surgiu a preocupação com o uso do cadáver, conservado em formol, um agente extremamente tóxico, tanto para quem trabalha nos laboratórios como para o meio ambiente – aponta Sanches, coordenadora do curso de Enfermagem.
Fonte: Jornal Zero Hora
Nenhum comentário:
Postar um comentário